Olá!
Hoje vamos abordar a questão da Arquitetura Sustentável, um assunto bastante debatido atualmente, mas além do discurso é necessário que o tema seja colocado em prática e decisões em nível de projeto são fundamentais para isso.
A sustentabilidade em arquitetura tem tido muito destaque nos últimos anos, com grande ênfase para os aspectos ecológicos e energéticos, decorrentes do movimento global em prol da preservação do meio ambiente. Tais aspectos são fundamentais, todavia a sustentabilidade vai além dessas esferas e nossa preocupação, enquanto profissionais, deve perpassar também pelas esferas sociais, culturais, locais e econômicas.
A aplicação dos conceitos sustentáveis deve iniciar já na concepção do projeto arquitetônico. A reflexão sobre os usos e finalidades de cada espaço, sobre a expectativa do cliente, sobre os materiais que serão empregados, sobre o impacto da edificação no entorno e o esmero no detalhamento gráfico resultam em menor retrabalho e na eliminação de desperdícios na próxima fase, que é a obra em si. Grande parte dos desperdícios, nada sustentáveis, que ocorrem durante a obra, são decorrentes de erros de projeto. Portanto, um projeto bem detalhado resulta em economia de recursos e de tempo.
Na etapa de obra, uma série de fatores também podem ser observados com vistas à sustentabilidade. A arquitetura integra o aspecto sociocultural e econômico quando se preocupa em utilizar materiais provenientes da região em que a obra se encontra (ou o mais próximo possível), como esse material chega até o canteiro de obras, o emprego exclusivo de madeira certificada ou de reflorestamento, o processo construtivo, o respeito às normas, métodos e aos trabalhadores.
Falando em economia energética e agregando a economia de recursos naturais pode-se pensar em diversas alternativas para tal, como o aquecimento de água via energia solar, o emprego de painéis fotovoltaicos para geração de energia elétrica, o reaproveitamento de água da chuva e/ou da água utilizada nas torneiras e chuveiros, o emprego de sistemas passivos para manter a temperatura de conforto térmico, o uso de sistemas de automação, que geram um menor consumo de energia para manter o ambiente iluminado, a correta orientação, dimensionamento e especificação de partes essenciais da edificação, como das esquadrias por exemplo, que garantem melhor ventilação e iluminação natural da parte interna, reduzem as trocas térmicas entre ambiente interno e externo e resultam diretamente em economia energética e conforto ambiental, entre outras possibilidades, que devem ser adequadamente empregadas a partir da análise individual de cada situação.
Também, durante a obra, a sustentabilidade aparece na redução dos níveis de entulho e no reaproveitamento desse entulho na própria obra, como por exemplo, ao reutilizar o cascalho da obra para o preenchimento de drenos. Isso resulta em menor quantidade lixo,em menos desperdício de material e em economia para o cliente.
Na fase pós-ocupação, uma edificação é sustentável se todas as etapas anteriores foram corretamente executadas e a obra finalizada cumpre com suas funções e atende as expectativas para as quais se propôs, garantindo a qualidade de vida dos habitantes ou dos frequentadores (no caso de espaços públicos), tendo vida útil longa, descartando a necessidade de novas obras, de intervenções ou de alterações.
Enfim, a arquitetura sustentável deve pensar localmente, visando o bem-estar global. O retorno pode ser direto e imediato, como pelo conforto sentido ou pela economia visível e mensurável, mas também pode não ser percebido pelo cliente, mas trazer benefícios a longo prazo para toda a sociedade.
Certamente voltaremos a abordar a sustentabilidade de forma mais específica em próximos posts. Até lá!
Zé, Verônica e Giana