CUIDADOS NA OBRA PARA EVITAR UMIDADE NO FUTURO

Olá!

O tema de hoje é umidade e estratégias para evitar que esse vilão se instale em nossas casas.

Das patologias da construção civil, a umidade está entre as mais recorrentes, podendo aparecer em diversas roupagens. A que mais preocupa, pela dificuldade de resolver e por ser frequente em edificações, é a umidade ascendente. Mas, afinal, como ter uma casa sem a umidade que vem do solo e sobe pelas paredes?

A resposta para essa pergunta passa por uma sequência de cuidados que vão desde a fase de projeto arquitetônico até protocolos de execução.

No momento do projeto arquitetônico, entender o perfil natural do terreno, a relação entre os níveis dos lindeiros e da via com o lote em questão, é fundamental para compreender o percurso da água. Estudando com cuidado, deve-se definir posicionamento da edificação, o nível do piso pronto (a situação ideal é sempre a mais elevada possível em relação à via) e as estratégias de drenagem.

O projeto hidrossanitário, por sua vez, deve seguir o raciocínio do projeto arquitetônico para desenvolver o caminho da tubulação e das caixas de esgotamento pluvial do terreno. É de extrema importância que sejam executados drenos ao redor de todo o perímetro do lote e do perímetro da edificação – de absolutamente todo o perímetro. Os drenos devem sempre ter o fundo abaixo do nível das vigas dos muros lindeiros e da edificação, mantendo seco o solo que entra em contato com os elementos estruturais.

Na edificação, existem outros cuidados a serem tomados para, caso o sistema de drenagem apresente problemas, a umidade ainda não consiga penetrar na residência. A primeira ação é impermeabilizar as laterais e o topo das vigas de baldrame, ou seja, as vigas que estão em contato com o solo. Dessa forma, a água que por ventura se acumule embaixo da casa será barrada antes de atingir as paredes. Também deve-se preencher o espaço entre as vigas de baldrame com brita, uma camada de 20cm de brita é saudável e auxiliará na drenagem de água que esteja embaixo do contrapiso. Lonas plásticas também podem ser estendidas sobre a cama de brita, criando mais uma barreira de proteção entre o contrapiso e a água.

Como cuidado extra, deve-se impermeabilizar ainda as três primeiras fiadas de alvenaria de todas as paredes da casa – tendo o cuidado para que as laterais e o topo do bloco cerâmico estejam devidamente envelopados. Preferencialmente, também deve-se acrescentar aditivo impermeabilizante na massa de assentamento dos mesmos. Dessa forma, caso o dreno e a impermeabilização da viga falhem por entupimento, alguma ruptura em obra ou má execução, a água será barrada na própria alvenaria.

A lista de cuidados parece grande, mas é de simples execução e de custo baixo. Um projeto arquitetônico que atente para todos esses passos e que apresente os desenhos detalhados de cada uma das soluções acima descritas, aliado à uma mão-de-obra cuidadosa e competente, é garantia uma casa protegida da água. Pelo menos da água que está no solo.

Virão mais dicas, pois tem muita umidade que pode ser combatida ainda no projeto arquitetônico. Segue a gente!

Veja também: