Olá!
Hoje vamos apresentar o Oliva Gourmet Deca, projeto do Lineastudio na Casa Cor RS 2019.
Conceitualmente, o projeto estabelece relações formais e materiais, através da arquitetura de interiores, com todos os aspectos simbólicos relacionados ao alimento e suas transformações, que refletem, por sua vez, a evolução do planeta, nossa grande casa, ao longo da história.
Desta forma, percebem-se três momentos ao percorrer o projeto: pré-existência, existência e coexistência.
A pré-existência está traduzida no pórtico de entrada do ambiente. Além de provocar uma ruptura, a moldura em pedra natural preta, com acabamento rústico, emoldura a marcenaria sob medida. Os acabamentos rústicos remetem aos estágios iniciais do planeta e à forma com que os materiais são extraídos da natureza. Na decoração, resgate a memória afetiva, com o uso de cestarias e vidrarias que armazenam grãos, sementes, frutas e legumes. Alimentos em seu estado bruto.
Num segundo momento, encontramos a bancada de trabalho em ilha, onde a tarefa genuína da cozinha acontece em posição funcional que promove integração do cozinheiro com o espaço e com as pessoas. Nesta região, mais iluminada, os materiais rústicos gradativamente dão espaço aos acabamentos polidos e vê-se o primeiro elemento de cor: o tampo da bancada em pedra natural verde. Percebe-se, aqui, a existência: a intensidade da ação humana para transformar a natureza e as experiências perceptíveis a todos os sentidos.
O terceiro momento é o clímax conceitual, funcional e arquitetônico do ambiente. Nele as paredes ortogonais da sala se transformam em um semicírculo. Ao centro desta circunferência, está a mesa de jantar – ao redor dela, as pessoas em seu objetivo principal: degustar o alimento e celebrar.
O conjunto focal tapete-mesa-oliveira é coroado por uma iluminação também extraordinária: um grande círculo de tela retro-iluminada com mais de 3,6 metros de diâmetro.
A arquitetura apresenta-se também em seu estágio mais elevado: mesa de jantar e tapete são os principais elementos de design desenhados pelos arquitetos e estão em harmonia com a clássica cadeira Dinna, de Jader Almeida. A exuberância de cores quentes remete ao belo, ao movimento, à vida. E a vida expressa-se, sobretudo, no elemento verde que emerge ao centro da mesa: uma árvore natural, a Oliveira que dá nome ao ambiente.
O percorrido pelo ambiente finaliza-se, portanto, em uma coexistência harmônica entre homem e natureza, mas instiga à reflexão da fragilidade do planeta frente à potente ação humana. A fragilidade representada pela árvore contida no espaço construído busca despertar a reação de cuidado e preservação sobre o planeta.
Até a próxima!